27 janeiro 2013

Cloud Atlas

"- eu tive um sonho. Foi a noite em que o conheci. 
No sonho, havia o nosso mundo, e o mundo era escuro... 
Porque não havia pintarroxos e os pintarroxos representavam o amor.
 E por muito tempo, só havia a escuridão. 
De repente, milhares de pintarroxos foram soltos, 
e vieram voando, trazendo uma brilhante luz de amor...
 Seria a única coisa que faria alguma diferença. E fez."

Blue Velvet, 1986

Meu corpo resolveu desacelerar. A vida, o que ela representa hoje, não pede tanta correria. Sei que vou contra a maré. - E logo eu que não sei nadar-.
Tão cedo nos ensinam que a vida é uma competição. "Que o mais fraco é alimento do mais forte." Que conhecimento é tudo. É poder. E somente o poder traz conforto.
E se nossa educação fosse feita de um jeito diferente?
Algo onde a Igualdade fosse levada como um princípio, base, terra firme.
Conhecimento não é tudo, poder não é tudo e o conforto há de vir primeiro de dentro. Pois não há coisa melhor quando sentimos que dentro de nós está tudo tranquilo. Não exatamente em ordem, mas calmo. Aquele velho conceito de paz que tanto andamos atrás.
E ao sentir isso, nosso corpo reflete de tal modo a atrair outras pessoas. 
...
Sendo cada um de nós, fraco e forte, feito ondas. Nunca uma coisa só. Pois nunca fomos um só.
Estamos interligados. Somos apenas energia. Pontinhos de luz, um atraindo ao outro. É uma energia tão forte e há tanto tempo esquecida que para descrevê-la, posso dizer ser uma mistura de amor com gratidão. Algo tão forte e tão bom não deveria ser deixado de lado.

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Esse texto terá uma continuação, mas primeiro suas bases precisam ser fortalecidas.

Gracias pela atenção,

Ágda.

15 janeiro 2013

Salve o puto!

Uma professora só.
Uma andorinha só.
E nenhuma das duas
consegue fazer verão.

E muitos verão
Que fora dos livros.
É que habita o saber
De boa qualidade.

E de verdade
ninguem consegue viver
E de mentira
não dá pra ensinar.

Somente graças aos livros
podemos atravessar o mar
sem precisar pagar
Aquele puto que não há.

06 janeiro 2013

tout va bien

Jack, 
quebre as economias do porco e bota a mochila nas costas. É isso, irmão. 
Esse ano tá sendo uma loucura, cheio de lágrimas, de bolsos vazios, de amigos distantes, de línguas diferentes, de longas caminhadas sozinho. Mas eu experimentei uma cerveja belga na Bélgica, cara (comprei uma pra você, mas... enfim, te conto pessoalmente), e fui naquele café francês, do filme francês que você adora, aquele com a personagem do cabelo curto, não me lembro o nome agora.
Passei um bocado de frio também, Jack, mas eu digo um frio-não-físico. Digo o frio de enfrentar um monte de coisas pela primeira vez, e na droga da companhia de mim mesmo.
Mas deu certo, isso eu te digo, deu certo.
Molhei o último postal que ia te mandar, e, pasme, essa carta é a maneira mais fácil pra mim de me comunicar, vendi o celular (depois me lembre de te contar dessa história também!).
Meu trem sai daqui a 10 minutos e eu tenho que me despedir agora. Ouvi falar que esse trem passa ao lado de uma estradazinha, no meio dessas florestas que a gente só vê em filme, acho que vai ser uma viagem bonita, vou tirar umas fotos pra você.
Me espera daqui a um mês, naquela esquina que tem o boteco do seu João, certo? Devo chegar no final da tarde. Vamos ver o pôr do sol.



Sal.


"Continuei, como fiz toda a minha vida, quando as pessoas se interessam por mim.

As únicas pessoas que se interessam por mim são os loucos.
Os que têm loucura de viver, a loucura de falar. Os que desejam tudo a um só tempo.
Quem jamais é tedioso, nem diz trivialidades.
Mas que arde, 
arde, 
arde 
como velas romanas pelas noites."
(On the Road)